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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009


Porque queimar minha fogueira
E destruir a companheira
Porque sangrar o meu
Amor assim?
Não penses ter a vida inteira
Para esconder teu coração
Mais breve que o tempo passa
Vem num galope meu perdão
Deixa eu cantar
Aquela velha história, amor
Deixa eu penar
A liberdade está na dor
Porque temer a tua fêmea
Se a possuis como ninguém
A cada bem do mal do amor
Em mim?
Não penses ter a vida inteira
Para roubar meu coração
Pois cada vez é a primeira
Do teu também, serás ladrão
Deixa eu cantar
Aquela velha história, amor
Deixa eu penar
A liberdade está na dor
Eu vivo a vida, a vida inteira
A descobrir o que é o amor
Leve pulsar do sol a me
Queimar
Não penso ter a vida inteira
Para guiar meu coração
Eu sei que a vida é passageira
Mas o amor que eu tenho, não
Quero ofertar
A minha outra face à dor
Deixa eu sonhar
Com a tua outra face, amor

FOGUEIRA - Maria Bethãnia

Eu preciso de você
Por que tudo que eu pensei
Que pudesse desfrutar da vida
Sem você não sei
Meu amanhecer é lindo
Se você comigo está
Tudo é mais bonito
No sorriso que você me dá

Eu não vivo sem você
Porque tudo que eu andei
Procurando pela vida agora eu sei
Que andei sabendo
Que em algum lugar te encontraria
Pois você já era meu e eu sabia

Como a abelha necessita de uma flor
Eu preciso de você e desse amor
Como a terra necessita o sol e a chuva
Eu te preciso
E não vivo um só minuto sem você

Eu preciso de você
Porque em toda a minha vida
Nem por uma vez amei alguém assim
Você é tudo, é muito mais
Do que sonhei pra mim
E é por isso que eu preciso de você

EU PRECISO DE VOCÊ - Maria Bethãnia

Chega de tentar dissimular
E disfarcar e esconder
O que não da mais pra ocultar
E eu não posso mais calar
já que o brilho desse olhar foi traidor e
Entregou o que você tentou conter
O que você não quis desabafar e me cortou

Chega de temer, chorar, sofrer
Sorrir, se dar, e se perder, e se achar
Que tudo aquilo que e viver,
Eu quero mais e me abrir
E que essa vida entre assim
Como se fosse o sol
Desvirginando a madrugada
Quero sentir a dor dessa manha

Nascendo, rompendo, rasgando,
E tomando meu corpo e então eu
Chorando, sofrendo, gostando, adorando, gritando
Feito louco, alucinado e crianca
Sentindo o meu amor se derramando
não da mais pra segurar
Explode coração

EXPLODE CORAÇÂO - Maria Bethãnia

Acabei com tudo
Escapei com vida
Tive as roupas e os sonhos
Rasgados na minha saída
Mas saí ferido
Sufocando meu gemido
Fui o alvo perfeito
Muitas vezes no peito atingido

Animal arisco
Domesticado esquece o risco
Me deixei enganar
E até me levar por você

Eu sei quanta tristeza eu tive
Mas mesmo assim se vive
Morrendo aos poucos por amor

Eu sei, o coração perdoa
Mas não esquece à toa
E eu não me esqueci

Não vou mudar
Esse caso não tem solução
Sou fera ferida
No corpo, na alma e no coração
Não vou mudar
Esse caso não tem solução
Sou fera ferida
No corpo, na alma e no coração

Eu andei demais
Não olhei pra trás
Era solto em meus passos
Bicho livre, sem rumo, sem laços

Me senti sozinho
Tropeçando em meu caminho
À procura de abrigo
Uma ajuda, um lugar, um amigo

Animal ferido
Por instinto decidido
Os meus rastros desfiz
Tentativa infeliz de esquecer

Eu sei que flores existiram
Mas que não resistiram
A vendavais constantes

Eu sei que as cicatrizes falam
Mas as palavras calam
O que eu não me esqueci

Não vou mudar
Esse caso não tem solução
Sou fera ferida
No corpo, na alma e no coração

Não vou mudar
Esse caso não tem solução
Sou fera ferida
No corpo, na alma e no coração

Sou fera ferida
No corpo, na alma e no coração

Sou fera ferida
No corpo, na alma e no coração

FERA FERIDA - Maria Bethãnia

domingo, 27 de dezembro de 2009


Sai de si
Vem curar teu mal
Te transbordo em som
Põe juizo em mim
Teu olhar me tirou daqui
Ampliou meu ser
Quero um pouco mais
Não tudo
Pra gente não perder a graça no escuro
No fundo
Pode ser até pouquinho
Sendo só pra mim sim

Olhe só
Como a noite cresce em glória
E a distância traz
Nosso amanhecer
Deixa estar que o que for pra ser vigora
Eu sou tão feliz
Vamos dividir

Os sonhos
Que podem transformar o rumo da história
Vem logo
Que o tempo voa como eu
Quando penso em você

Olhe só
Como a noite cresce em glória
E a distância traz
Nosso amanhecer
Deixa estar que o que for pra ser vigora
Eu sou tão feliz
Vamos dividir

Os sonhos
Que podem transformar o rumo da história
Vem logo
Que o tempo voa como eu
Quando penso em você

ENCONTRO - Maria Gadú

sábado, 26 de dezembro de 2009


" Você pode até dizer que não entendeu o que te disse,
mais jamais poderá dizer que não entendeu como te olhei."
(Pe. Fábio de Melo)

"Não sei, deixo rolar. Vou olhar os caminhos, o que tiver mais coração, eu sigo."

(Caio Fernando Abreu)

Amar não é aceitar tudo. Aliás, onde tudo é aceito, desconfio que há falta de amor. (Vladimir Maiakovski)

Seja Fonte....Seja Porto...Seja Ponte...Seja Estrada...Seja Estrela...Seja Chuva...Seja Ávore.

Seja Fonte
Fonte de água pura e cristalina, seja água abundante para quem tem sede de amor,de carinho,de força,de apoio,de diretriz.
Se você não tem nenhum motivo para ser feliz, seja feliz por ser fonte,por ser procurado por aqueles que precisam de você.
Seja Porto
Porto de chegada de almas cansadas, seja porto para aqueles que andam perdidos pelo mundo, e que precisam de um lugar tranqüilo para descansar o fardo que carregam.
Para ser porto de chegada, abrace, afague, receba, dê boas vindas.
Seja porto de saída, saída para quem precisar partir, despedindo-se das ilusões, das dores, dos fracassos e decepções, partindo para uma vida melhor, para isso, ajude, apóie, converse, estenda as mãos, ouça, oriente.
Seja também porto seguro, para quem te ama e te precisa, porto seguro para os amigos, para a família, para quem precisar.
Para ser porto seguro, esqueça o ego e pense no próximo, esqueça suas dores e amenize as dores do próximo.
Esqueça sua fraqueza e se torne forte para os outros.
Se você não tem motivos para ser feliz, seja feliz por ser porto, para receber aqueles que procuram por ti.
Seja Ponte
Ponte que liga a vida terrena à eternidade do céu.
Para ser ponte, compreenda, perdoe e deixe as pessoas passarem por você.
Para ser ponte, esteja no fim da estrada daqueles que não encontram o caminho de volta.
Seja a passagem, e não o atalho, seja o caminho livre e não o pedágio.
Se você não tem outro motivo para ser feliz, seja feliz por ser ponte.
Ponte significa união, ligação, laços de afeição.
Seja Estrada
Estrada longa, gostosa de passear, estrada iluminada de dia pelo sol e de noite pelo luar.
Seja estrada que guia, estrada que conduz a outros caminhos.
Se você não tem outro motivo para ser feliz, seja feliz por ser estrada, estrada dos peregrinos da vida, estes plantarão flores aos seus pés.
Seja estrada para os caminhantes do tempo, estes regarão as suas flores.
Seja estrada para os andarilhos do mundo, estes poderão colhê-las, e sentir o seu perfume.
Seja Estrela
Seja a estrela que brilha no firmamento.
Seja a estrela inspiradora dos poetas, dos românticos e apaixonados.
Para ser estrela, ilumine os que te cercam, distribua luz gratuitamente.
Seja estrela guia, estrela da sorte.
Se você não tem outro motivo para ser feliz, seja feliz por ser estrela, por que as estrelas estão sempre no alto, são soberanas por que guiam os navegantes.
Seja Chuva
Chuva que molha os corações secos, vazios de amor, de esperança, de paz.
Seja chuva que inunda os campos áridos, que molham os jardins, que dá vida a toda vegetação, e faz transbordar os rios.
Se você não tem outro motivo para ser feliz, seja feliz por ser chuva,a chuva é sempre esperada, por que dela depende a continuidade de toda a humanidade.
Seja Árvore
Árvore que dá frutos para quem tem fome, que dá sombra e refresca o árduo calor dos caminhantes que seguem pela vida.
Seja árvore que aninha, que acolhe os passarinhos, que enfeitam os quintais.
Se você não tem outro motivo para ser feliz, seja feliz por ser árvore.
Por que ser árvore é ter raízes sólidas e profundas.
É ter braços que se alongam, que se estendem…
É produzir flores para enfeitar a alma de alguém, é ser forte e enfrentar temporais.
É ter suas folhas embalados pelo vento, é ser molhada pela chuva, e acalentada pelo sol, é fazer parte da criação, como um ser único.
Ser Fonte, ser Porto, ser Ponte ou Estrada, ser Estrela, ser Chuva ou ser árvore…é servir à Deus.
(Autor desconhecido)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009



Por onde andarás, meu pai? Logo me respondo: Em um lindo lugar de luz, muita luz e calmaria... Muita calmaria...
Sinto a brisa suave surgindo pra me acalmar... É você? Tenho certeza que sim!
Pra eternamente de longe nos acompanhar
De cima, do alto, até o horizonte do teu olhar...
O brilho do teu sorriso... Esse abrigo me faz lembrar de ti... Todos os dias, horas, minuts e segundos!
Um dia eu vou te encontrar no infinito desse lindo lar...
E o tempo unirá nossos sonhos, e juntos vamos caminhar...
(Élida Lima)

quinta-feira, 12 de novembro de 2009


"Que o sol já cedeu seu lugar para o teu brilho não ofuscar...
O céu se abriu e o mundo sentiu Ele te abraçar"

quarta-feira, 11 de novembro de 2009


Você é mesmo maravilhoso PAI!!!
Ah! Se todos fossem no mundo iguais à você...
Linda, linda a tua vida... Valeu PAI!!!

Tem gente que é só passar pela gente,
que a gente fica contente.
Tem gente que sente o que a gente sente,
e passa isso docemente.
Tem gente que vive como a gente vive...
Tem gente que fala e nos olha na face...
Tem gente que cala e nos faz olhar...
Toda essa gente que convive com a gente,
leva da gente o que a gente tem,
e passa a ser gente dentro da gente.
Um pedaço da gente em outro alguém!

(Fernando Sabino)


Se Todos Fossem Iguais À Você... Que Maravilha Viver!!!

terça-feira, 10 de novembro de 2009


SAUDADE IMENSA DE VOCÊ, MEU PAI ETERNO E AMADO SEMPRE E ETERNAMENTE...

Vai tua vida
Teu caminho é de paz e amor
A tua vida
É uma linda canção de amor
Abre os teu braços e canta
A última esperança
A esperança divina
De amar em paz

Se todos fossem
Iguais a você
Que maravilha, viver
Uma canção pelo ar
Uma mulher a cantar
Uma cidade a cantar, a pedir, a sorrir, a cantar
A beleza de amar...
Como o sol, como a flor, como a luz...
Amar sem mentir nem sofrer...

Existiria a verdade
Verdade que ninguém vê...
Se todos fossem no mundo iguais à você... Que maravilha VIVER!!!

( Se todos fossem Iguais À Você - Tom Jobim)

* Benditas coisas que não sei...
* Os lugares onde não fui...
* Os gostos que não provei...
* Meus verdes ainda não maduros...
* Os espaços que ainda procuro nos amores que nunca encontrei. Benditas coisas que não sejam benditas. A vida é curta mas enquanto durar posso durante um minuto ou mais (...) O amor não mente...
* Não mente jamais e desconhece no relógio o velho futuro. O tempo escorre num piscar de olhos e dura muito além dos nossos sonhos mais puros. Bom é não saber o quanto a vida dura ou se estarei aqui na primavera futura. Posso brincar de eternidade agora sem culpa nenhuma...

Metade (Oswaldo Montenegro)

Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio
que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca
porquê metade de mim é o que eu grito
mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza
que o homen que amo seja pra sempre amado
mesmo que distante...
Porquê metade de mim é partida
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
apenas respeitadas como a única coisa
que resta a um homem inundado de sentimentos
porquê metade de mim é o que ouço
mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço
e que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada
porquê metade de mim é o que penso
mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável...
que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
que eu me lembro ter dado na infância...
Porquê metade de mim é a lembrança do que fui
a outra metade não sei...
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
pra me fazer aquietar o espírito
e que o teu silêncio me fale cada vez mais...
Porquê metade de mim é abrigo
mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
mesmo que ela não saiba
e que ninguém a tente complicar
porquê é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
porquê metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
porquê metade de mim é amor
e a outra metade também.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009


MEU PAI:
Foste, e pra sempre serás pai, o herói de nossa infância e mocidade.
A viga mestra que sustentou a estrutura de nossos lares... O exemplo à ser seguido, sempre foi você, meu paizinho querido...
Ocultando um misto de ternura e austeridade... Te rendias sempre, com um amor tão imenso, tão doce e cristalino, tu sempre fostes pura doação, meu pai!
Hoje estás entre as lembranças feitas da saudade, dos nossos inesquecívéis momentos, meu paizinho querido! Te encontro sempre, à todo segundo, em meus pensamentos, nos lugares que íamos todos os dias, nos rostos dos teus amigos, que encontravas sempre,sorridente e brincalhão, no nosso dia-dia... Na nossa rotina de sempre... Esse vazio dos meus dias sem você meu pai, vai ser difícil superar,preencher esses dias sem você, será tarefa impossivél eu sei, mas, com a força do teu amor,lembrando da tua força e, com a certeza de que vou te encontrar, quando minha missão findar, acalma o meu coração... Me basta saber que sentirei o teu abraço novamente, as tuas mãos sempre tão seguras, teus conselhos tão corretos e evidentes, acalmo a minha dôr, a minha saudade de ti, meu pai!
Sei que estás nas reminiscências de um tranqüilo caminhar, dignamente merecido e honrado, meu paizinho!Tu fostes um homen do bem, digno e honrado, de bondade e amor puro, genuíno para com todos nós, teus filhos, esposa, genros, netos e amigos!
Mas a vida humana é um contínuo vai e vem... Essa é a verdade, em que acredito, sabe pai...
Tu apenas passastes para o lado de lá, meu pai amado...
A luz se apaga aqui para reacender além, onde todos os nossos entes queridos, que já fizeram essa viagem, te aguardam com felicidade, para um lugar de muita luz, meu pai!
E sei, que segues sem parar, o seu ascender bendito, meu pai!
Mas como sei que não se morre, que a vida é infinda, infinita... Fica apaziguada a minha imensa dôr...
Aguardo o dia e a hora de nos re-encontrarmos, meu paizinho querido, meu amor eterno!
Quero que saibas, que tu, serás sempre, a viga mestra que nos sustenta, a nossa base, o nosso alicerce, que, junto com nossa mãe, nos ensinastes esse teu caminho lindo, de amor e pura doação!
Fica bem paizinho, na paz de DEUS... Por aqui, ficará tudo bem também, na santa paz, na tua paz, no teu caminho, no teu trilho, do jeito que você deixou e sempre desejou... Nós te amamos PRA SEMPRE, estarás SEMPRE, todos os dias, minutos e segundos, em nossos pensamentos e corações, em cada passo dado por cada um de nós, em cada decisão à ser tomada, lembraremos do teu exemplo, meu pai amado!

Da tua filha que te AMA MUITO, MUITO e MUITO...
Com o coração inundado de dôr e de saudades de você, meu pai...

Élida.

domingo, 25 de outubro de 2009


"Eu sei que por trás desse universo de aparências, das diferenças todas, a esperança é preservada. Nas xícaras sujas de ontem, o café de cada manhã é servido. Mas existe uma palavra que eu não suporto ouvir e dela não me conformo. Eu acredito em tudo, mas eu quero você agora. Eu te amo pelas tuas faltas e pelo teu corpo marcado, pelas tuas cicatrizes, pelas tuas loucuras todas, minha vida. Eu amo as tuas mãos, mesmo que por causa delas eu não saiba o que fazer das minhas. Amo o teu jogo triste, as tuas roupas sujas é aqui em casa que eu lavo. Eu amo a tua alegria. Mesmo fora de si, eu te amo pela tua essência, até pelo que você poderia ter sido, se a maré das circunstâncias não tivesse te banhado nas águas do equívoco. Eu te amo nas horas infernais e na vida sem tempo, quando sozinha bordo mais uma toalha de fim de semana. Eu te amo pelas crianças e pelas futuras rugas. Te amo pelas tuas ilusões perdidas e pelos teus sonhos inúteis. Amo o teu sistema de vida e morte. Eu te amo pelo que se repete e que nunca é igual. Eu te amo pelas tuas entradas, saídas e bandeiras. Te amo desde os teus pés até o que te escapa. Eu te amo de alma pra alma e mais que as palavras, ainda que seja através delas que eu me defenda, quando digo que te amo mais que o silêncio dos momentos difíceis quando o próprio amor vacila."

(Maria Bethânia)

sábado, 24 de outubro de 2009


"Tenho me confundido na tentativa de te decifrar, todos os dias. (...) minha única certeza é que de cada vez aumenta ainda mais minha necessidade de ti."

(Caio Fernando Abreu)

"A melhor de todas. A mais elegante, a mais dramática, a mais misteriosa e abençoada com aquela voz rouca que conseguia dar forma à qualquer sentimento, desde que fosse profundo. E doloroso. (...) cantava a dor de estar viva e não haver remédio nenhum para isso. E era linda, tão linda."

(Caio Fernando Abreu)

"Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu."

(Caio Fernando Abreu)

"Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra"

(Caio Fernando Abreu)

"Continua, já ultrapassastes o meio, não tens mais o que temer."

(Caio Fernando Abreu)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009


Catei colo
E o mar parou
Fui deitando
Pra perguntar
Nome, bairro
Amigo, amor
De onde venho
Parar o mar

Teu sorriso
Bateu aqui
Inda posso
Me apaixonar

Quero tanto
Quero tanto você
Mar aberto
Mar adentro
Mar imenso
Mar intenso
Sem cais
Tô com medo
Tô com medo de ver
Que inda posso
Que inda posso ir bem mais...

Barra, Gávea
E Arpoador
Deuses brancos
De luz do mar
Deuses negros
Um esplendor
Quem é essa
E o que será
Quem me dera
Eu poder me dar
Todo a essa
Que eu nunca vi

Quero tanto
Quero tanto você
Mar aberto
Mar adentro
Mar intenso
Mar imenso
Sem cais


Tô com medo
Tou com medo de ver
Que inda posso
Que inda posso ir bem mais...

Então tá combinado, é quase nada
É tudo somente sexo e amizade.
Não tem nenhum engano nem mistério.
É tudo só brincadeira e verdade.
Podemos ver o mundo juntos,
Sermos dois e sermos muitos,
Nos sabermos sós sem estarmos sós.
Abrirmos a cabeça
Para que afinal floresça
O mais que humano em nós.
Então tá tudo dito e é tão bonito
E eu acredito num claro futuro
de música, ternura e aventura
Pro equilibrista em cima do muro.
Mas e se o amor pra nós chegar,
De nós, de algum lugar
Com todo o seu tenebroso esplendor?
Mas e se o amor já está,
se há muito tempo que chegou
E só nos enganou?
Então não fale nada, apague a estrada
Que seu caminhar já desenhou
Porque toda razão, toda palavra
Vale nada quando chega o amor...

Tá Combinado - (Caetano Veloso)

Sete mil vezes eu tornaria a viver assim
Sempre contigo transando sob as estrelas
Sempre cantando a música doce
Que o amor pedir pra eu cantar
Noite feliz, todas as coisas são belas
Sete mil vezes, e em cada uma outra vez querer
Sete mil outras em progressão infinita
Quando uma hora é grande e bonita
Assim quer se multiplicar
Quer habitar todos os cantos do ser
Quarto crescente pra sempre um constante quando
Eternamente o presente você me dando
Sete mil vidas, sete milhões e ainda um pouco mais
É o que eu desejo e o que deseja esta noite
Noite de calma e vento, momento
De preces e de carnavais
Noite de amor
Noite de fogo e de paz

Sete Mil Vezes - (Caetano Veloso)

"Ela o amava. Ele a amava também. E ainda, que essa coisa, o amor, fosse complicada demais para compreender e detalhar nas maneiras tortuosas como acontece, naquele momento em que acontecia dentro do sonho, era simples.
Boa, fácil, assim era. Ela gostava de estar com ele, ele gostava de estar com ela. Isso era tudo."

ELES - (Caio Fernando Abreu)

quinta-feira, 22 de outubro de 2009


Sim, deve ter havido uma primeira vez, embora eu não lembre dela, assim como não lembro das outras vezes, também primeiras, logo depois dessa em que nos encontramos completamente despreparados para esse encontro. E digo despreparados porquê sei que você não me esperava, da mesma forma como eu não esperava você. Certamente houve, porquê tenho a vaga lembrança - e todas as lembranças são vagas, agora -, houve um tempo em que não nos conhecíamos, e esse tempo em que passávamos desconhecidos e insuspeitados um pelo outro, esse tempo sem você eu lembro. Depois, aquela primeira vez e logo após outras e mais outras, tudo nos conduzindo apenas para aquele momento.

Às vezes me espanto e me pergunto como pudemos a tal ponto mergulhar naquilo que estava acontecendo, sem a menor tentativa de resistência. Não porquê aquilo fosse terrível, ou porquê nos marcasse profundamente ou nos dilacerasse - e talvez tenha sido terrível, sim, é possível, talvez tenha nos marcado profundamente ou nos dilacerado - a verdade é que ainda hesito em dar um nome àquilo que ficou, depois de tudo. Porque alguma coisa ficou. E foi essa coisa que me levou há pouco até a janela onde percebi que chovia e, difusamente, através das gotas de chuva, fiquei vendo uma roda-gigante. Absurdamente. Uma roda-gigante. Porquê não se vive mais em lugares onde existam rodas-gigantes. Porquê também as rodas-gigantes talvez nem existam mais. Mas foram essas duas coisas - a chuva e a roda-gigante -, foram essas duas coisas que de repente fizeram com que algum mecanismo se desarticulasse dentro de mim para que eu não conseguisse ultrapassar aquele momento.


De repente, eu não consegui ir adiante. E precisava: sempre se precisa ir além de qualquer palavra ou de qualquer gesto. Mas de repente não havia depois: eu estava parado à beira da janela enquanto lembranças obscuras começavam a se desenrolar. Era dessas lembranças que eu queria te dizer. Tentei organizá-las, imaginando que construindo uma organização conseguisse, de certa forma, amenizar o que acontecia, e que eu não sabia se terminaria amargamente - tentei organizá-las para evitar o amargo, digamos assim. Então tentei dar uma ordem cronológica aos fatos: primeiro, quando e como nos conhecemos - logo a seguir, a maneira como esse conhecimento se desenrolou até chegar no ponto em que eu queria, e que era o fim, embora até hoje eu me pergunte se foi realmente um fim. Mas não consegui. Não era possível organizar aqueles fatos, assim como não era possível evitar por mais tempo uma onda que crescia, barrando todos os outros gestos e todos os outros pensamentos.

Durante todo o tempo em que pensei, sabia apenas que você vinha todas as tardes, antes. Era tão natural você vir que eu nem sequer esperava ou construía pequenas surpresas para te receber. Não construía nada - sabia o tempo todo disso -, assim como sabia que você vinha completamente em branco para qualquer palavra que fosse dita ou qualquer ato que fosse feito. E muitas vezes, nada era dito ou feito, e nós não nos frustrávamos porque não esperávamos mesmo, realmente, nada. Disso eu sabia o tempo todo.

E era sempre de tarde quando nos encontrávamos. Até aquela vez que fomos ao parque de diversões, e também disso eu lembro difusamente. O pensamento só começa a tornar-se claro quando subimos na roda-gigante: desde a infância que não andávamos de roda-gigante. Tanto tempo, suponho, que chegamos a comprar pipocas ou coisas assim. Éramos só nós depois na roda gigante. Você tinha medo: quando chegávamos lá em cima, você tinha um medo engraçado e subitamente agarrava meu braço como se eu não estivesse tão desamparado quanto você. Conversávamos pouco, ou não conversávamos nada - pelo menos antes disso nenhuma frase minha ou sua ficou: bastavam coisas assim como o seu medo ou o meu medo, o meu braço ou o seu braço. Coisas assim.

Foi então que, bem lá em cima, a roda-gigante parou. Havia uma porção de luzes que de repente se apagaram - e a roda-gigante parou. Ouvimos lá de baixo uma voz dizer que as luzes tinham apagado. Esperamos. Acho que comemos pipocas enquanto esperamos. Mas de repente começou a chover: lembro que seu cabelo ficou todo molhado, e as gotas escorriam pelo seu rosto exatamente como se você chorasse. Você jogou fora as pipocas e ficamos lá em cima: o seu cabelo molhado, a chuva fina, as luzes apagadas.

Não sei se chegamos a nos abraçar, mas sei que falamos. Não havia nada para fazer lá em cima, a não ser falar. E nós tínhamos tão pouca experiência disso que falamos e falamos durante muito e muito tempo, e entre inúmeras coisas sem importância você disse que me amava, ou eu disse que te amava - ou talvez os dois tivéssemos dito, da mesma forma como falamos da chuva e de outras coisas pequenas, bobas, insiginificantes. Porque nada modificaria os nossos roteiros. Talvez você tenha me chamado de fatalista, porque eu disse todas as coisas, assim como acredito que você tenha dito todas as coisas - ou pelo menos as que tínhamos no momento.

Depois de não sei quanto tempo, as luzes se acenderam, a roda-gigante concluiu a volta e um homem abriu um portãozinho de ferro para que saíssemos. Lembro tão bem, e é tão fácil lembrar: a mão do homem abrindo o portãozinho de ferro para que nós saíssemos. Depois eu vi o seu cabelo molhado, e ao mesmo tempo você viu o meu cabelo molhado, e ao mesmo tempo ainda dissemos um para o outro que precisávamos ter muito cuidado com cabelos molhados, e pensamos vagamente em secá-los, mas continuava a chover. Estávamos tão molhados que era absurdo pensar em sairmos da chuva. Às vezes, penso se não cheguei a estender uma das mãos para afastar o cabelo molhado da sua testa, mas depois acho que não cheguei a fazer nenhum movimento, embora talvez tenha pensado.

Não consigo ver mais que isso: essa é a lembrança. Além dela, nós conversamos durante muito tempo na chuva, até que ela parasse, e quando ela parou, você foi embora. Além disso, não consigo lembrar mais nada, embora tente desesperadamente acrescentar mais um detalhe, mas sei perfeitamente quando uma lembrança começa a deixar de ser uma lembrança para se tornar uma imaginação. Talvez se eu contasse a alguém acrescentasse ou valorizasse algum detalhe, assim como quem escreve uma história e procura ser interessante - seria bonito dizer, por exemplo, que eu sequei lentamente seus cabelos. Ou que as ruas e as árvores ficaram novas, lavadas depois da chuva.

Mas não direi nada à ninguém. E quando penso, não consigo pensar construidamente, acho que ninguém consegue. Mas nada disso tem nenhuma importância, o que eu queria te dizer é que chegando na janela, há pouco, vi a chuva caindo e, atrás da chuva, difusamente, uma roda-gigante. E que então pensei numas tardes em que você sempre vinha, e numa tarde em especial, não sei quanto tempo faz, e que depois de pensar nessa tarde e nessa chuva e nessa roda-gigante, uma frase ficou rodando nítida e quase dura no meu pensamento...

Qualquer coisa assim: depois daquela nossa conversa na chuva, você nunca mais me procurou...

(Caio Fernando Abreu)

"Você não existe. Eu não existo. Mas estou tão poderoso na minha sede, que inventei à você para matar a minha sede imensa. Você está tão forte na sua fragilidade, que inventou à mim, para matar a sua sede exata. Nós nos inventamos um ao outro porque éramos tudo o que precisávamos para continuar vivendo. E porquê nos inventamos um ao outro, porque éramos tudo o que precisávamos, para continuar vivendo. E porquê nos inventamos, eu te confiro poder sobre o meu destino e você me confere poder sobre o teu destino. Você me dá seu futuro, eu te ofereço meu passado. Então e assim, somos presente, passado e futuro. Tempo infinito num só, esse é o eterno."

(Caio Fernando Abreu)

"Somos inocentes em pensar , que sentimentos são coisas passíveis de serem controlados. Eles simplesmente vêm e vão , não batem na porta , não pedem licença. Invadem, machucam, alegram... São imprevisíveis e sua única regra é a inconstância total. É irônico que, justamente por isso, eles sejam tão perfeitos."

(Caio Fernando Abreu)

"Quem não compreende o silêncio
Ainda não está pronto
Para ser flor..."

(Rita Apoena - Sobre Amor)

"Olha, sabe duma coisa que eu aprendi? O segredo do belo está aqui, oh. Na sua cuca, no seu olho que realmente vê, dentro de você. Se você souber olhar as coisas dum jeito mágico, tudo fica mais bonito."

(Caio Fernando Abreu)

"[...] e eu não tive tempo de dizer que, quando a gente precisa que alguém fique, a gente constrói qualquer coisa, até um castelo."

(Caio Fernando Abreu)

"Deus, põe teu olho amoroso sobre todos os que já tiveram um amor sem nojo nem medo, e de alguma forma insana esperam a volta dele: que os telefones toquem, que as cartas finalmente cheguem... Sobre todos aqueles que ainda continuam tentando, Deus, derrama teu Sol mais luminoso."

(Caio Fernando Abreu – Zero Grau de Libra)

"... Não compreendo como querer o outro possa tornar-se mais forte do que querer à si próprio. Não compreendo como querer o outro possa pintar como saída de nossa solidão fatal. Mentira: compreendo, sim. Mesmo consciente de que nasci sozinho do útero de minha mãe, berrando de pavor para o mundo insano, e que embarcarei sozinho num caixão rumo a sei lá o quê, além do pó. O que ou quem cruzo esses dois portos gelados da solidão é vera viagem: véu de maya, ilusão, passatempo. E exigimos o eterno do perecível, loucos."

(Caio Fernando Abreu)

Nas teias
Nas brenhas
Nas entranhas
O mistério
O destino
A sina...

Eu não mais te esperava
Esculpiste sozinho
A tua vida
E cá estamos nós
Olhos nos olhos
Bebendo do mesmo copo
Na mesma esquina...

Líria Porto - (Predestinados)

"Um dia tu vais compreender que não existe nenhuma pessoa totalmente má, nenhuma pessoa completamente boa. Tu vais ver que todos nós somos apenas humanos. E sofrerás muito quando resolveres dizer só aquilo que pensas e fazer só aquilo que gostas. Aí sim, todos te virarão as costas e te acharão mau por não quereres entrar na ciranda deles, compreendes?"

(Caio Fernando Abreu)

"Enquanto não encerramos um capítulo, não podemos partir para o próximo. Por isso é tão importante deixar certas coisas irem embora, soltar, desprender-se. As pessoas precisam entender que ninguém está jogando com cartas marcadas, às vezes ganhamos e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é."

(Fernando Pessoa)

A maturidade me permite olhar com menos ilusões,aceitar com menos sofrimento,
entender com mais tranqüilidade,
e querer com mais doçura.

(Lya Luft)

"Seja como for, continuo gostando muito de você - da mesma forma -, você está quase sempre perto de mim, quase sempre presente em memórias, lembranças, estórias que conto às vezes, saudade..."

(Caio Fernando Abreu)

" Descobri qualquer coisa dentro de mim que, não sei exatamente como nem por quê, consegue manter-se serena no meio desta falta absoluta de perspectivas. "

(Caio Fernando Abreu)

terça-feira, 20 de outubro de 2009


Tenho um amor fresco e com gosto de chuva e raios e urgências. Tenho um amor que me veio pronto, assim, água que caiu de repente, nuvem que não passa. Me escorrem desejos pelo rosto, pelo corpo.
Um amor susto.
Um amor raio trovão fazendo barulho.
Me bagunça.

E chove em mim todos os dias.

(Caio Fernando Abreu)

"- Você acha que o nosso amor pode fazer milagres?
- Eu acho que o nosso amor pode fazer tudo aquilo que quisermos. É isso que te traz de volta pra mim o tempo todo."

(Trecho Do Filme: "The Notebook")

"Aos caminhos, entrego nosso encontro"
(Caio Fernando Abreu)
Do livro - "Estranhos Estrangeiros" no conto "BEM LONGE DE MARIENBAD".

domingo, 18 de outubro de 2009


"Era frio. Não sei dizer se fazia mais frio do lado de fora da minha blusa ou dentro do meu coração. Provavelmente competiam."
(Caio Fernando Abreu)

"Vou sair para ver o mar e me perder entre os labirintos que distanciam nossos passos. Vou te procurar entre as estrelas e os satélites distraídos, que confusos me ditaram caminhos errados e esparsos."

(Caio Fernando Abreu)

"As coisas e as pessoas que fazem parte da minha vida vão aos poucos entrando em mim, depois de algum tempo já não sei dizer o que é meu e o que é delas. Mesmo assim, bem no fundo, há coisas que são só minhas. E embora me assustem às vezes, é delas que mais gosto. Como essa vontade de acabar com tudo, que me dá de vez em quando."
(Caio Fernando Abreu)