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segunda-feira, 16 de junho de 2008

"Eu segurei muitas coisas em minhas mãos, e eu perdi tudo; mas tudo que que eu coloquei nas mãos de Deus eu ainda possuo."

domingo, 15 de junho de 2008

Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é. (Roberto Freire)
Amo-te tanto, meu amor ... não cante
O humano coração com mais verdade ...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude

.
Vinícius de Moraes

sábado, 14 de junho de 2008

E que a minha loucura seja perdoada. Porquê metade de mim é amor, e a outra metade também.
Benditas coisas que não sei, os lugares onde não fui, os gostos que não provei, meus verdes ainda não maduros, os espaços que ainda procuro nos amores que nunca encontrei. Benditas coisas que não sejam benditas. A vida é curta mas enquanto durar posso durante um minuto ou mais (...) O amor não mente, não mente jamais e desconhece no relógio o velho futuro. O tempo escorre num piscar de olhos e dura muito além dos nossos sonhos mais puros. Bom é não saber o quanto a vida dura ou se estarei aqui na primavera futura. Posso brincar de eternidade agora sem culpa nenhuma...

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Para Viver Um Grande Amor
Vinícius de Moraes

Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita
seriedade e pouco riso — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de
muitas, poxa! é de colher... — não tem nenhum valor.

Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua
dama por inteiro — seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde
clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um
grande amor.

Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que
porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso
muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está,
está sempre preparado pra chatear o grande amor.

Para viver um amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não
existe amor sem fidelidade — para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor
por vanidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade
que traz um só amor.

Para viver um grande amor, il faut além de fiel, ser bem conhecedor de arte
culinária e de judô — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso
também ter muito peito — peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada
como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor.

É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista — muito mais,
muito mais que na modista! — para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande
amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um
tutuzinho com torresmo conta ponto a favor...

Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos,
strogonoffs — comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra
cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o
seu grande amor?

Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até
ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor. É preciso um cuidado
permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu,
a amada sente — e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia;
doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver
um grande amor.

É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser
impermeável ao diz-que-diz-que — que não quer nada com o amor.

Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva oscura e desvairada não se souber
achar a bem-amada — para viver um grande amor.




Vinícius de Moraes
Texto extraído do livro "Para Viver Um Grande Amor", José Olympio
Editora - Rio de Janeiro, 1984, pág. 130.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Entre as estrelas do meu drama,
Você já foi meu anjo azul,
Chegamos num final feliz, na tela prateada da ilusão...
Na realidade, onde está você?
Em que cidade você mora?
Em que paisagem, em que país...
Me diz em que lugar... cadê você?
Você se lembra torrentes de paixão?
Ouvir nossa canção
Sonhar em Casa Blanca e se perder...
No labirinto de outra história

A caravana do deserto
Atravessou meu coração
E eu fui chorando por vc
Até os 7 mares do sertão
Voce se lembra torrentes de paixão?
Ouvir nossa canção...
Sonhar em Casa Blanca e se perder...
No labirinto de outra história

Na realidade, onde está você?
Em que cidade você mora?
Em que paisagem, em que país...
Me diz em que lugar... cadê você?
Você se lembra torrentes de paixão?
Ouvir nossa canção
Sonhar em Casa Blanca e se perder...
No labirinto de outra história

Geraldo azevedo -Voce se lembra?
Você se lembra...?

terça-feira, 10 de junho de 2008

'Estou aprendendo a aceitar as pessoas,mesmo quando elas me desapontam.
Quando fogem do ideal que tenho para elas,
quando me ferem com palavras ásperas ou ações impensadas.
É difícil aceitar as pessoas assim como elas são,
não como eu desejo que elas sejam.
É difícil, muito difícil, mas estou aprendendo.
Estou aprendendo a amar.
Estou aprendendo a escutar,
escutar com os olhos e ouvidos,
escutar com a alma e com todos os sentidos.
Escutar o que diz o coração,
o que dizem os ombros caídos,
os olhos, as mãos irrequietas.
Escutar a mensagem que se esconde
entre as palavras corriqueiras, superficiais;
descobrir a angústia disfarçada,
a insegurança mascarada,
a solidão encoberta.
Penetrar o sorriso fingido, a alegria simulada,
a vangloria exagerada.
Descobrir a dor de cada coração.
Aos poucos, estou aprendendo a amar.
Estou aprendendo a perdoar. Pois o amor perdoa,
lança fora mágoas, e apaga as cicatrizes que a
incompreensão e insensibilidade gravaram no coração ferido.
O amor não alimenta mágoas com pensamentos dolorosos.
Não cultiva ofensas com lástimas e autocomiseração.
O amor perdoa e esquece,
extingue todos os traços de dor no coração.
Passo a passo estou aprendendo a perdoar, a amar.
Estou aprendendo a descobrir o valor que se encontra
dentro de cada vida, de todas as vidas.
Valor soterrado pela rejeição, pela falta de compreensão, carinho e aceitação,
pelas experiências vividas ao longo dos anos.
Estou aprendendo a ver nas pessoas a sua alma
e as possibilidades que Deus lhe deu.
Estou aprendendo. Mas como é lenta a aprendizagem.
Como é difícil amar.
Todavia, tropeçando, errando, estou aprendendo.
Aprendendo a por de lado as minhas próprias dores,
meus interesses, minha ambição,
meu orgulho quando estes impedem o bem-estar e a felicidade de alguém.
Como é duro amar. Eu estou aprendendo.
E você? Sabe amar?'
" O destino une e separa pessoas.
Mas nenhuma força é tão grande para
fazer esquecer pessoas, que por algum
motivo um dia nos fizeram feliz."
Ei amor,
me diz aqui
se você não fosse meu,
o que é que seria de mim?

Uma mulher forte, fria e vazia,
que não chora, mas também não ri.

Veja bem:
eu fiz a minha escolha
quando assumi que te amava.
Desde entao, eu sou assim:
vulnerável, neurótica e descabidamente apaixonada!

Por deus, amor,
você é o meu cúmulo.
Você é tudo o que eu nunca quis.
E eu te amo tanto!

***Jam***

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Ainda Bem

Ainda bem
Que você vive comigo
Porque senão
Como seria esta vida?
Sei lá, sei lá

Nos dias frios
Em que nós estamos juntos
Nos abraçamos sob o nosso conforto
De amar, de amar

Se há dores tudo fica mais fácil
Seu rosto silencia e faz parar
As flores que me manda são fato
Do nosso cuidado e entrega
Meus beijos sem os seus não dariam
Os dias chegariam sem paixão
Meu corpo sem o seu uma parte
Seria o acaso e não sorte

Neste mundo de tantos anos
Entre tantos outros
Que sorte a nossa heim?
Entre tantas paixões
Esse encontro nós dois
Esse amor

Entre tantos outros
Entre tantos anos
Que sorte a nossa heim?
Entre tantas paixões
Esse encontro nós dois esse amor

Entre tantas paixões
Esse encontro nós dois esse amor....

Ainda Bem - Vanessa Da mata

domingo, 8 de junho de 2008

O Luto de cada um

Não sei se você também, às vezes, percebe isso: de repente, um assunto qualquer, que não costuma ser discutido, invade a mídia, coincidentemente ou não. Pois aconteceu de novo. Na semana passada, li umas três matérias diferentes sobre o tempo que se leva pra "curar" um amor terminado. E em todas elas o diagnóstico era praticamente igual: de três a seis meses é o tempo considerado normal. Se depois de um ano de rompimento o sofrimento persistir, passa a ser patologia.

Se eu entendi bem, passados 180 dias de ausência daquele que a gente ama, o natural é que a gente comece a se interessar por outras pessoas e deixe de sentir dor. Em 180 dias, no máximo, você tem que chorar toda a sua perda, processar todo o seu pesar, racionalizar, sacudir a poeira e dar a volta por cima. Seis meses. É o prazo limite, se você tiver uma cabeça saudável.

Li, compreendi, achei sensato e confortante, mas não serve pra mim. Sou da raça das patológicas.

Nas poucas vezes em que vivi um trauma de amor, eu extrapolei o prazo dado pelas matérias de revista. Nunca me enfurnei em casa, nunca neguei o chamado da vida, fui à luta e segui vivendo, mas a dor era companheira de jornada, eu curtia um luto branco, que não aparecia para os outros, mas era sagrado pra mim e durava o tempo que eu permitia.

Talvez fosse mais honesto dizer que até hoje sofro todas as minhas perdas. Isso parece doença porque a maioria das pessoas acha que sofrer significa encharcar travesseiros e fechar-se pra vida. Sofrer e ser feliz não precisam ser incompatíveis. No meu caso, não é. Sou uma mulher privilegiada, trago as emoções e a cabeça em ordem, mas não esqueço de nada nem de ninguém. Eu me lembro de tudo. Eu valorizo tudo. Eu reverencio todos os meus grandes momentos partilhados. Eu os reconheço como legítimos e insubstituíveis, e os homenageio com minha saudade. E ai de quem me disser que isso tem data pra acabar.

Pedaços de Mim

Eu sou feito de
Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos

Sou feito de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão

Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci

Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante


Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas

Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir,para não enfrentar
sorri para não chorar

Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei

Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo.
Martha Medeiros
GOSTO DE GENTE ASSIM



Um interessante texto, sobre o que gostamos de esperar das pessoas.






Gosto de Gente assim... com a cabeça no lugar, de conteúdo interno, idealismo
nos olhos e dois pés no chão da realidade.

Gosto de gente que ri, chora, se emociona com um telefonema, uma canção suave,
um bom filme, um bom livro, um gesto de carinho, um abraço, um afago.

Gente que ama e curte saudade, gosta de amigos, cultiva flores, ama os animais.
Admira paisagens, poeira e chuva.

Gente que tem tempo para sorrir bondade, semear perdão, repartir ternuras,
compartilhar vivências e dar espaço para as emoções dentro de si, emoções que
fluem naturalmente de dentro de seu ser!

Gente que gosta de fazer as coisas que gosta, sem fugir de compromissos difíceis
e inadiáveis, por mais desgastantes que sejam.

Gente que colhe, orienta, se entende, aconselha, busca a verdade e quer sempre
aprender, mesmo que seja de uma criança, de um pobre, de um analfabeto.

Gente de coração desarmado, sem ódio e preconceitos baratos. Com muito amor
dentro de si.

Gente que erra e reconhece, cai e se levanta, apanha e assimila os golpes,
tirando lições dos erros e fazendo redentoras suas lágrimas e sofrimentos.

Gosto muito de gente assim... como VOCÊ! E desconfio que é deste tipo de gente
que tem alguém aí do seu lado que gosta!

A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos. Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis.

Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão.

Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante, pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.

Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.

Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente.

A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.

De Martha Medeiros